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Despir a camisola


Há uma expressão muito usada no meio empresarial e que todos conhecemos – “Vestir a camisola”.

Vestir a camisola significa empenharmo-nos incondicionalmente numa causa, numa tarefa ou num projecto (dicionário Priberam).


Só o facto de ser necessário pedir isso a alguém já é em si algo preocupante. Não deveria já estar motivado para se empenhar no seu trabalho, na sua missão? Aliás, o “incondicionalmente” é até uma desconsideração por quem é uma pessoa com carácter e equilibrada.

Porque motivo será necessário pedir tal coisa?

Será que a pessoa não está suficientemente esclarecida quanto à sua missão na empresa? Em que medida é que o seu papel contribuirá para o bem colectivo? E qual é o bem colectivo? Se esse propósito for claro para todos, será que essa pessoa se identificará com ele e com os valores que apoiam o caminho para esse bem colectivo? E esses valores serão respeitados por todos? E o que ganhará ele com o seu empenho incondicional?

No futebol vê-se frequentemente os jogadores despirem a camisola no momento em que festejam o golo. Porque o fazem? Será que querem demarcar-se da equipa precisamente no momento que deveriam festejar em conjunto? Chegam mesmo a fugir do grupo. Parece ser uma necessidade de afirmação pessoal em detrimento do colectivo. A necessidade de dizerem que fui EU o goleador.


Também nas empresas isso acontece. Depois de atingido um determinado objectivo há quem diga que fui EU que consegui, incluindo aqueles que a dada altura pediram a todos que “vestissem a camisola”. Pois, precisamente no momento da comemoração eles também “despem a camisola”.

Há outras formas de inspirar as pessoas a cumprirem com entusiasmo a sua missão. E as pessoas não precisam de abdicar de si próprias e das restantes dimensões da sua vida para se empenharem.

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